quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Folga

Eu complico as coisas... eu sei... mas, bora lá.

Aprendi a duras custas que é preciso ter foco, que é preciso ser forte, que não adianta querer se dar bem na vida dormindo oito horas por dia, que não adianta querer chegar ao topo evitando a caminhada.

E não é que não é bem assim?

Aprendi que também é importante ser feliz. Que quando é gostoso, não dói. Que quando é divertido, não cansa. E que [ora, ora] dormir um pouquinho ajuda a produzir mais e melhor no dia seguinte.

Mas qual é a medida? Quando a meta torna-se obsessão? Em que ponto a autoestima torna-se zona de conforto? A segurança, medo? A persistência, teimosia?

Acho que vou recorrer mais uma vez à Santo Antônio e seu jejum no deserto.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Forja

Meir Schneider comentou em um de seus textos sobre a dificuldade de se moldar a mente de uma pessoa que já está condicionada. Se uma pessoa já é difícil, imagina só a mente da sociedade?

Cá em minha imaginação vejo a modelagem da mente como uma forja. Uma forja [até onde eu entendo] é feita com fogo, água e umas batidinhas de vez em quando. O fogo condensa, a água cristaliza e as batidas dão a forma.

Toda essa lenga lenga é pra dizer que não tenho críticas a cegos que explodem em manifestações, nem tão pouco a cegos que dão seu jeitinho para levar a vida mansamente.

A sociedade não está preparada para lidar com pessoas com deficiência, e [vamos combinar] nem toda pessoa com deficiência tem know how o bastante para apontar as mudanças necessárias em seu próprio ambiente. A sociedade precisa sim do fogo daqueles que gritam e precisa sim da água daqueles que acordam. E se a forja não der certo, precisa parar e pensar naquilo que está em excesso.

Ah, as batidas? Vem da vida mesmo.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Moeda de troca

Penso que o perdão e a gratidão são faces de uma mesma moeda de amor.
Veja só: não dá para perdoar sem agradecer e não dá pra agradecer sem perdoar.
Por exemplo, {o clássico] problema da infância desgostosa. O indivíduo
não consegue perdoar os desgostos que viveu quando era criança
enquanto não se sentir grato por aquele período. Bem como, não
consegue agradecer pelo que viveu enquanto não conseguir perdoar o que
viveu também.
Quanto a mim? Confesso que a essa altura da vida não esperava ainda
ser tão pobre...

quarta-feira, 27 de março de 2013

O fim

Esse é um tema muito difícil para mim, tenho dificuldade em desistir das coisas, por isso não entendo.
De um lado:
Edaí que é difícil? Edaí que o peso oprime? E daí que dói?
Porém, de outro:
Será que vale a pena? Será que não basta? Será que é melhor deixar pra lá?
Olha, eu não sei, mas gosto de pensar que tenho algumas pistas.
De um lado:
Uma vez assisti um programa de TV onde um padre jovem contava do conselho que recebeu de um padre mais velho. O padre
jovem fizera uma provocação que não devia durante um sermão e por isso fora processado e tivera que pagar uma
indenização muito grande. Ele contou que fora ao padre mais velho aos prantos para renunciar e despedir-se. Ao que o
padre mais velho respondera: "você não vai à lugar algum, o seu coro dói porque ele ainda é novo, depois de apanhar como
eu, essas pancadas não vão mais doer".
Do outro lado:
Tem tanta mulher por aí que apanha do marido e não larga o traste de jeito nenhum. A vida é tão bonita, será que vale a
pena sacrificar uma existência, algo tão precioso, por causa de um homem desiquilibrado?
E, para piorar um pouco, tem um terceiro lado: precisa mesmo doer? Quem foi que disse que uma caminhada longa e difícil
precisa ser dolorida? O que não entra na minha cabeça é como é que as coisas chegam ao ponto de ser insustentáveis.
Tantas questões dançam em minha mente... não consigo entender.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

De beleza em beleza

Acho muita sacanagem de quem nunca passou pelo processo querer medir ou julgar o que é ou deixa de ser bom para o cego,
também a mesma sacanagem de um cego julgar ao outro na intensão de medir sob a mesma referência a intensidade que perder
a visão causa. Os corações não são iguais, as histórias também não...
Mas, muito embora eu não faça idéia do que é que o mistério que o outro carrega no coração leva, nem saiba dizer o que é
que é bom para quem está com o coração partido, nem que demônios saíram desse coração despedaçado, gosto de pensar no
carinho dos conselhos de minha mãe.
Nos momentos em que a vida parece escura, sem esperança e que nada é capaz de me animar, minha mãe, sem estudos, nenhuma
instrução, vinda de família humilde, adimite que não faz mesmo idéia da minha dor, mas que mesmo diante da nuvem que ela
vê sobre a minha cabeça, ela vê a luz que vem muito mais de cima.
Ela sempre me diz que eu sou abençoada, que sempre há algo que agradecer, que a beleza existe mesmo nos momentos mais
feios da vida, mas que, às vezes, é preciso parar e notar. Ela diz que quando existe gratidão pelas pequenas belezas
escondidas, de beleza em beleza, a pesar do fardo ser pesado, caminhar fica mais leve.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Árvores, frutos e sementes

Suponhamos uma floresta cheia de árvores, bichos e perigos. Suponhamos uma árvore em especial no meio dessa floresta que
seja muito desejada por haver relatos de que seu fruto é muito bom. Suponhamos, porém, que ninguém faça mínima ideia de
onde esta árvore está, mesmo com os relatos elogiosos a respeito de seus frutos.
Acho que a implicação de que os frutos deixaram sementes é válida.
Também acho que as seguintes deduções são válidas para as formas de se adquirir o fruto: (1) procurar pela árvore ou (2)
plantar a semente.
A parte mais engraçada é que a árvore será sempre árvore, tal qual o fruto será sempre fruto e a semente será sempre a
semente. A diferença está entre aquele que procura e aquele que planta.

terça-feira, 20 de março de 2012

Lá e de volta outra vez

"Agora vejo em parte, mas então veremos face a face" (São Paulo na 1ª carta aos Coríntios 13:12, cantado por Renato
Russo em Monte Castelo)

A vida às vezes é engraçada...
Algumas vezes eu parecia ter entrado num turbilhão de acontecimentos, mas na verdade não era nada disso, o que aconteceu
é que eu havia escolhido o ângulo errado e tudo ficou distrorcido.
Outras vezes, as coisas pareceram tão simples, tão simples que eu achava que podia carregar na palma da mão, mas não era
nada disso, o que eu via era só a ponta do iceberg.